Eu, sinceramente, não queria chamar isso de Season Finale. Queria desesperadamente chamar isso de Series Finale.
Não me entendam mal, acho que Homeland atingiu o ápice
depois de três anos. Mas um final de temporada como esse deveria ser para
sempre vangloriado como FINAL. Seria mais respeitoso, com público e com os
atores, e terminaria uma série incrível como essa de forma brilhante.
O episódio se inicia com a retirada do Brody do
escritório do Akbari. Mas o roteiro, nesse
trecho, peca com sua pressa. Foi a única season finale de apenas uma hora que
Homeland teve, e sinto que algumas coisas poderiam ter tido o momento certo
para acontecer, menos corridas. Cenas como essa, de fuga, perdem a verossimilidade
quando os acontecimentos em si são tratados como fáceis. E isso prejudica.
Mas depois da sequência de ação, se inicia o episódio
chocante e verdadeiramente triste de Homeland. Lá, sozinhos, dando inúmeras
referências as cenas dos dois na cabana na primeira temporada (Episódio
lendário da série, The Weekend),
Carrie e Brody conversam. A notícia da gravidez de Carrie é dada como
previsível por Brody, o que choca e frustra alguns. O que o episódio mostra em
seguida é revoltante. Um segundo após o casal, tão amado, decidir ficar para
sempre juntos, a bomba explode.
Brody é levado pela máfia do falecido Ministro, morto pelas mãos do mesmo, e sem ter muito que fazer, recebe a pena de morte. Carrie já começa a chorar a partir daí e vai chorar o episódio Inteiro, enquanto a atuação fenomenal de Claire Danes emociona o público.
O desespero da personagem diante da notícia, se vendo pela primeira vez impossibilitada de mexer seus pauzinhos e fazer algo pelo amado/odiado Brody é sentido pela audiência, e enquanto as cenas de enforcamento vão acontecendo, o público demora a acreditar no que estão vendo.
Os roteiristas corajosos, que já vinham recebendo críticas extremamente negativas a respeito do terceiro ano da série recorde de Emmys, se superaram e mataram o personagem chave, resolvendo esfregar na cara de todos o que já estava estampado: Carrie Mathison é Homeland, e sempre foi. Não Brody.
A última cena do episódio fecha a trilogia investigativa
e eletrizante com chave de ouro. Carrie Mathison, em seu último ato de rebeldia
contra o sistema ao qual ela é tão dependente, desenhando a estrela pelo
falecido e querido Brody, negada pela agência, foi de encher os olhos. Recompensou a fraca temporada que não agradou
boa parte, apesar do roteiro trincado e com a qualidade de sempre.

Não é novidade para ninguém que o personagem era o elo
que guiava a história, apesar de Carrie ser a protagonista, e Claire Danes já
ter provado, desde o piloto, que é capaz de sustentar o show sozinha. O problema
mesmo vai ser a aceitação por parte do público, que não vai vir tão rápido, ou
fácil.
Homeland, ao meu ver, sempre foi uma série que não pode
durar muito. É daquelas que tem um limite. Daquelas que começam espetaculares,
e quando seguem adiante se perdem, por não conseguirem ser melhores do que
foram outrora.
O programa sempre teve seus lados dignos: A performance
da dupla principal atingindo os limites da atuação televisiva, personagens
extremamente bem cuidados, roteiro sem falhas, fotografia estupenda, e direção
satisfatória. Nunca decepcionou.
Mas a continuidade preocupa. Se nessa terceira temporada
a série já perdeu seu frescor e seu fôlego, com a presença, mesmo que mínima,
de Brody, o que será dela daqui para frente, com a ausência máxima do protagonista?
Resta o medo dos telespectadores que sempre admiraram o programa.
Apesar dos pesares, não se deve tirar os méritos de um
episódio com base em seu conjunto, a temporada.
A season finale foi digna do
programa a qual faz parte, e sendo analisada por si só, não há possibilidade de
dar menos que a nota máxima.
Que Homeland venha aí, com mais força depois da decaída,
e que Claire Danes continue reinando na televisão.