Crítica | Em Ritmo de Fuga


Em Ritmo de Fuga  pode parecer apenas um filme de ação genérico (ainda mais se levarmos em consideração o péssimo título que foi escolhido para o Brasil). O que pouco se sabe é que o filme se trata de um misto de ação e comédia, que resulta em um trabalho extremamente bem elaborado e equilibrado.

O filme conta a história de Baby (Ansel Elgort), um garoto que, quando criança, sofreu um acidente que prejudicou a sua audição e por isso tem que escutar músicas o tempo todo.Baby também é um motorista que ajuda assaltantes de banco a fugirem logo após o assalto. Tudo isso faz o filme criar uma identidade própria, até os mínimos detalhes. 
A começar pela trilha sonora, que está muito bem colocada e ritmada com as situações em que as colocam em uso. Há um misto de músicas que vão desde as mais agitadas até as mais emocionantes, e todas inseridas de forma natural.

As atuações são outro triunfo desse filme. O protagonista vivido por Ansel Elgort consegue trazer várias camadas para o personagem, o que faz com que os espectadores entendam toda a sua história. Lily James também está excelente e é uma co-protagonista cativante, transbordando carisma. Todos os outros coadjuvantes também conseguem ter uma característica própria e estão excelentes em seus papéis, mesmo alguns com menos destaque do que outros - Kevin Spacey, Jamie Foxx, Jon Hamm e Elza González.

O roteiro não é inovador e é de certa forma bem simples. Mas o que faz o filme ter uma identidade diferente dos filmes de ação que estamos acostumados a ver é a direção de Edgar Wright. O diretor teve uma grande cautela com este filme, o que gerou alguns atrasos em sua execução. Nota-se que o cuidado do diretor esteve presente na combinação das cenas de ação com a trilha sonora, nas atuações, no desenvolvimento dos personagens, entre muitos outros fatores. A direção de Wright é bem semelhante à de seu outro projeto, Scott Pilgrim Contra o Mundo, onde podemos ver que a preocupação do diretor é transmitir uma história de ação, drama e humor. Todos esses três fatores essencialmente equilibrados.

Para finalizar, Em Ritmo de Fuga  está longe de se tornar uma obra prima, mas cumpre a função de ser um filme divertido e cria uma atmosfera diferente para o gênero de ação. Sem sombra de dúvidas é um dos melhores filmes do ano, e também uma grande evolução na carreira de Edgar Wright.


Enrico Scafutto

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