Netflix dá segunda chance à obra de Lemony Snicket e acerta no tom da produção
A espera pela adaptação de
Desventuras em Série finalmente chegou ao fim. Por muito tempo se especulou
sobre a produção da Netflix que adapta a obra de Lemony Snicket, que permaneceu
por bastante tempo no limbo, sem novidades divulgadas, mas que chegou ao serviço
de streaming na última sexta-feira para a alegria dos fãs.
Os 13 livros serão adaptados ao
longo de três temporadas. A primeira tratou da história dos quatro volumes
iniciais. Segundo o autor, os próximos anos da produção já estão em
desenvolvimento.
A série segue o modelo de dois
episódios para cada livro. Foi o tempo suficiente para adaptar com bastante
fidelidade as primeiras histórias dos irmãos Baudelaire. É clichê falar isso em
críticas de adaptações de livros, mas ver a série foi como assistir aos livros.
O visual da série está incrível e
casou muito bem com o clima da história. O humor sarcástico e típico dos livros
também pode ser encontrado no decorrer dos episódios, que também utilizam
bastante a metalinguagem através de conversas do narrador, Lemony Snicket, com o público. Ou seja, os principais elementos dos livros foram mantidos.
Esse foi um dos grandes trunfos
da série. Toda a atmosfera dos livros foi passada para a série. Antes mesmo de
a história em si funcionar e ser bem adaptada, isso com certeza foi essencial e
somou muito ao produto final.
A obra de Snicket é, sim, muito
episódica, como visto nos livros. Cada desventura dos irmãos Baudelaire rendem
um livro e a série segui esse modelo. Porém, para alguns, a temporada possa
parecer um pouco anticlimática, ainda mais quando você tem aquele modelo
Netflix de maratona. Foi realizado um ótimo trabalho para amarrar as histórias,
com mistérios inseridos desde o piloto e que se desenrolaram no decorrer dos
episódios. Mas se fez presente um grande
sentimento de vários começos, meios e fins, sempre que eles mudavam de tutor,
por exemplo. Nada que torne a série cansativa ou chata, claro.
Os atores também representaram
bem os personagens de forma fiel à obra original. Muito se falou sobre a
escolha de Neil Patrick Harris para viver o Conde Olaf e ele não decepcionou.
Conseguiu tornar o vilão engraçado em seus momentos, mas ao mesmo tempo
deixando o espectador com ódio e repulsa.
A produção da Netflix acertou em
cheio, trazendo algo diferente, que pode agradar tanto o usuário desavisado do
serviço quanto os fãs que esperavam ansiosamente pela adaptação dos livros de
Lemony Snicket.