Crítica | Jogos Vorazes: A Esperança - O Final


Depois de anos acompanhando a saga Jogos Vorazes, finalmente chega o último capítulo com “A Esperança – O Final”. A franquia, no geral, teve seus altos e baixos, mas a maioria foram de altos, e este último longa, apesar de alguns tropeços, teve um resultado positivo.

Katniss Everdeen (Jennifer Lawrence, maravilhosa, como sempre) se encontra no momento mais tenso e complexo de sua vida, com a guerra contra o Presidente Snow (Donald Sutherland) e a Capital chegando ao seu ápice, para completar seu desgaste emocional, Peeta (Josh Hutcherson) se encontra completamente perdido mentalmente sobre quem ela é, e Katniss se descobre perdendo aquele que ela sempre acreditou que estaria ao seu lado sendo seu porto seguro – seu menino com o pão.  

É preciso ressaltar a atuação de Josh Hutcherson, que já vinha se destacando nas suas poucas cenas de A Esperança – Parte 1, mas agora houve mais espaço para demonstrar o desequilíbrio mental do Peeta, e ele foi sensacional, impecável. Não tem como não se emocionar ao ver o estrago que a Capital foi capaz de fazer na mente de uma pessoa que era tão lúcida e boa de coração.

O filme tem poucos momentos para desenvolver o romance entre Katniss e Peeta, há muita guerra ao redor, muita morte, muito sangue e tristeza, por isso os poucos momentos que têm precisam ser intensos. O amor deles é como um bálsamo diante de tanto horror, pois mostra um lado frágil da Katniss, ela sempre é a dura, a que assume os perigos para proteger Prim (Willow Shields), a que luta ao lado do Gale (Liam Hemsworth), a que se coloca na linha de frente da batalha. Mas nada disso importa, porque quando é para lidar com a perda do amor de Peeta, ela encontra seu ponto fraco e não consegue suportar, o que a torna muito mais humana para os olhos do público.

As cenas de batalha são excelentes, com o esquadrão tentando invadir a Capital, é extremamente tenso observar as armadilhas que eles precisam passar, cada passo te deixa inseguro e nervoso imaginando o que mais está por vir.

Algumas das cenas mais esperadas, como as mortes de alguns personagens queridos, deixaram a desejar. Sempre achei que o livro em si não sabia ser emocional quando precisava ser, quando fazia sentido ser, mas nos filmes, principalmente após a chegada do Francis Lawrence à direção, toda a emoção ausente no livro era compensada, porém o mesmo não aconteceu com esse filme. Eu lamentei em especial pela cena final antes do epílogo, eu a imaginei de tantas formas diferentes, todas melhores do que de fato foi. Não apenas cabia mais emoção ali, era NECESSÁRIO mais emoção.

Enfim, a franquia Jogos Vorazes, com erros e acertos, finalizou bem, não deixando pontas soltas, até explicando melhor coisas que o livro não deixou tão claro, como o destino de Panem, e sem dúvida com um tom bem menos depreciativo. É possível sentir na cena final que Katniss e Peeta, e até Haymitch, encontraram paz de espírito apesar dos apesares, e que as cicatrizes do passado não são maiores que a esperança de um futuro em paz, mesmo sendo difícil esquecer, mas é possível prosseguir. E, sinceramente, essa é a mensagem que eu prefiro receber em dias como os nossos. Sentirei saudades.


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