
Há 29 anos, chegava aos cinemas um dos filmes que com o passar do tempo, se tornaria um clássico daquela geração. Dirigido por John Hughes, Clube dos Cinco (The Breakfast Club) é um filme que conta a história de cinco alunos que são obrigados a passar uma tarde de sábado na escola e escrever uma redação sobre quem são eles mesmos. Tudo isso graças à algo de errado feito por cada um deles.
Feito esse breve resumo, o filme parece ser bem simples, certo? Só que vai muito além disso. Clube dos Cinco é um filme que procura analisar cada um dos personagens cuidadosamente, o que faz com quem você se identifique com pelo menos um dos cinco alunos.
Primeiramente temos Claire Standish (Molly Ringwald), que é a descrição da garota popular, queridinha da escola. Ela está lá pelo simples fato de ter matado aula para fazer comprar. Soa bem fútil, não?
Depois conhecemos Brian Johnson (Anthony Michael Hall), que é o típico nerd da escola, ou seja, é acostumado a tirar notas boas constantemente. De cara nos perguntamos o porquê dele estar lá, sendo que ele não faz o perfil de um aluno que comete atos que o coloquem em risco.
Em seguida, temos Andrew Clark (Emilio Estévez), o garoto popular e atleta da escola. A definição mais simples que podemos ter de Andrew aos primeiros minutos de filme é que ele é um cara competidor, que não aguenta associar a sua imagem à de um perdedor.

Por último, somos apresentados aos considerados (pelo menos por mim) os melhores personagens do filme, John Bender (Judd Nelson) e Allison Reynolds (Ally Sheedy). Bender traz o perfil de bad boy, que já começa o filme pegando no pé dos alunos. Só que é aí que está a mágica do filme: Os atos de Bender é que dão origem à união dos alunos. Ou seja, podemos considerar que o personagem principal do filme, na verdade, seria o Bender. Mas falaremos mais dele adiante.
Alisson, no começo do filme, assume o papel da garota misteriosa, que não fala com ninguém. Tudo o que vemos é que ela parece ser louca, e gosta de roubar pertences dos outros. Também não se sabe o porquê dela estar na detenção.
Apresentados os 5 protagonistas, o filme começa. Podemos ver que Bender se sente provocado pela presença de Andrew, Claire e Brian. Ao que percebemos, Bender não "vai com a cara" com pessoas daquele tipo de classe social, o que fala muito de sua personalidade. Enquanto isso, Brian também vai mostrando mais um pouco sobre quem ele é: Um cara que não gosta de si mesmo. Já Andrew e Bender deixam claro que eles não se gostam, gerando até uma briga entre os dois.
O que não podemos deixar de citar é o diretor da escola, interpretado por Paul Gleason). A participação desse personagem é importante porque, além de Bender, ele também faz com que os alunos se unam. É muito bom ver que apesar de todos os alunos não gostarem do Bender, eles o ajudam a não ser pego pelo diretor. Mas enfim, o que deve ser ressaltado é a cena em que o diretor enfrenta Bender que representa, basicamente, o sonho de muitos professores que tem alunos que não o respeitam.
Depois de muitas interações, os cinco alunos finalmente se reúnem para conversarem entre si. Uma roda é formada, e cada aluno revela seu defeito, o "verdadeiro eu". E é exatamente nessa cena que podemos nos identificar com um dos cinco. Inclusive, nessa cena é revelado o verdadeiro fato deles estarem lá naquela detenção. Destaque para as histórias que Andy e Brian contam, que são de deixar qualquer um emocionado. Não deixando também de citar a incrível direção de John Hughes, principalmente a dessa cena.
O que eu mais gosto em Clube dos Cinco é justamente essa imagem "por dentro" e "por fora" dos personagens. Depois que o filme acaba, você ainda se pergunta se essas pessoas são realmente as mesmas que apareceram no início. A evolução de cada personagem é muito bem montada, o que faz do filme ainda mais incrível. Allison é o maior destaque dentro dessa evolução, e você percebe claramente isso nos minutos finais do filme, quando Claire faz uma mudança nela.
Clube dos Cinco é o meu filme preferido por várias razões, que eu nem consigo citar todas. Com um elenco perfeitamente escolhido, atuações excelentes, e direção incrível, esse filme tem sim seus motivos para se tornar um grande clássico da década de 80, que representa muito bem a geração daquela época. É um filme que com certeza merece ser assistido.